quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O gol aos 46 minutos do segundo tempo, ou mais, é um feito Hércules para o clube que fez e uma tragédia para o que levou. Para jornalista esportivo que cobre a peleja uma dor de cabeça.

Imagine você, um time empatando e vence, ou perde, nos acréscimos do árbitro. A alegria da vitória suada para o vencedor e o choro amargo de quem viu escapar por entre os dedos os três pontos.

Para o jornalista esportivo, esse gol fora do tempo não é nada mais que recriar todo o texto em cima da hora. Um saco!

Nesta quarta-feira, o Confiança vencia o Sousa por 2 a 1 no Batistão pela Copa do Nordeste. Os proletários já comemoravam a vitoria de virada? No apagar das luzes levou o gol de empate. Quem trabalha com on-line, como eu, teve que refazer toda crônica por conta daquele miserável gol de Márcio Tarrafas.

Imagina o repórter de TV que já fez sua passagem com a vitória do time e ver aquele gol fantasma mudar todo seu off. E o repórter do impresso? Ele já avançou o deadline e agora terá que gritar na gráfica: parem as máquinas! Saiu um gol inesperado nos acréscimos! Te garanto que o texto sairá com 'probemas de dgitação'.

Para o Confiança e o Sousa sobrou lamentos. Afinal, o empate não ajudou em nada em suas pretensões. Melhor para o time sergipana que ainda está na zona de classificação. Para nós jornalistas, o texto saiu do mesmo jeito. Apenas com uma pitada de azedume por um gol nos acréscimos.

 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Três rodadas da Copa do Nordeste se passaram e o clima de euforia continua em Sergipe. E não é para menos. Os torcedores de Confiança Itabaiana têm motivos para isso. As duas equipes estão na zona de classificação e mais que isso: praticando bom futebol contra gigantes da Região.

O Confiança montou um ferrolho azul sob a regência de Nadélio Rocha. De todos os clubes, o time é o que melhor se comporta taticamente. Conta com as boas defesas de Fábio, e a boa marcação de Renê, Alexandre e Lismar. No ataque, usa os velocistas Da Silva e Diego Neves. Para ligar os setores, Paulinho Mossoró cumpre bem o papel de camisa 10.

No returno, a equipe da capital sergipana terá problemas. Paulinho Mossoró e Alexandre não devem jogar as duas próximas partidas. Um problemão para o esquema tático de Nadélio. Mas contra o Sousa não deve ser tão difícil conseguir mais seis pontos. O problema será contra Sport e o mordido Fortaleza.

Enquanto isso, o Itabaiana tenta sobreviver no grupo da morte. Orientados por Freitas Nascimento, a equipe mostra falhas de finalização, mas joga com frieza quando está sem a bola.

O destaque dos serranos é o atacante Thiago Furlan. Mas ele não joga sozinho. Tem a cadência do experiente Raulino, a velocidade e os cruzamentos precisos de Júnior e a boa defesa de Sérvulo.

A equipe não podia ter empatado contra o Ceará em casa. Sobrou para o ABC, única equipe que não atendeu até aqui as expectativas. Deve sair com outra vitória de Natal. A sorte será lançada no duelo com o Ceará, em Fortaleza, e Bahia, em casa.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Após três rodadas da Copa Governador do Estado, primeira fase do Campeonato Sergipano, Sergipe e Lagarto lideram seus grupos. O time da capital está impossível, 100% com nove pontos, na chave A. Já os lagartenses dividem o posto com o Socorrense na chave B, mas superam o Siri no saldo de gols.

 

Das oito equipes que disputam esta fase, apenas o River Plate não atende as expectativas. Uma vitória, um empate e uma derrota.

 

Já o Sergipe voltou a mostrar porque é o maior detentor de títulos estaduais. O torcedor iniciou a temporada 2012 com os óculos escuros da desconfiança. Com nove temporadas seguidas sem erguer uma taça, o time do Bairro Siqueira Campos ainda se viu em uma turbulenta crise política, ue culminou com o pedido de renuncia do presidente, Genisson Silva. Decisão que deixou o corado até hoje sob os cuidados do conselho deliberativo.

 

Nos campos, os jogadores comandados por Givanildo Sales estão ignorando a falta de comando fora deles. São três vitórias: 1 a 0 conta América, 2 a 0 contra o Olímpico e 3 a 1 contra o Boca Júnior. É disparado a melhor equipe até agora no certame.

 

Na outra chave as coisas estão emboladas. Mas o Lagarto mostra uma certa maturidade. A equipe comandada por Fernando Dourado não começou tão bem, dois empates com os principais rivais: 0 a 0 com Socorrense e 1 a 1 com o River Plate. Mas foram à forra contra o Estanciano: vitória por 3 a 1.

 

Só não disparou no grupo porque Edmilson Santos também tem seus truques para fazer do jovem time do Socorrense segundo colocado, com os mesmos cinco pontos do Lagarto.

 

Boca Júnior, Olímpico, América e Estanciano parecem que realmente vão brigar para não cair. A sorte deles é que este primeiro turno em nada interfere no Estadual.

 

domingo, 20 de janeiro de 2013


Quando o artigo entrar no ar nesse blog, será o exato momento em que era dado como morto Manoel dos Santos, o Mané Garrincha. Neste exato momento, 6h da manhã, estarei fazendo o que faço todos os domingos neste horário: jogando bola com os amigos e envergonhando Garrincha.

Não sou da geração do Mané. Aliás, ele faleceu oito meses antes de eu nascer. Quanto ao futebol, fico satisfeito em acertar um passe e dominar com precisão a bola. Mas meu pai não. Para meu velho, futebol é o que Garrincha praticava. Se for para escolher, ele vai preferir ver um drible desconcertante do que um gol.

Lendo sua biografia, fiquei surpreso que Mané Garrincha não se apresentou em Sergipe, onde moro. Os cartolas locais já eram despreparados desde aquela época.
Por outro lado, ele esteve em minha cidade natal: Itabuna, Bahia, pelo menos três vezes. No dia três de março de 1956 para derrotar nosso freguês Colo Colo de Ilhéus; no dia seguinte venceu a seleção local por 2 a 1 e quase morreu no Príncipe Hotel no início da década de 80.
Quanto vencer o Colo Colo de Ilhéus com o seu Botafogo por 5 a 0, não tenho nada a declarar. Mas a vitória sobre a seleção de Itabuna por só 2 a 1 foi emblemática.
Todos diziam, com razão, que o placar seria de dois dígitos a favor dos cariocas. Como conta Cyro Mattos, no blog Cem Anos de Itabuna, Garrincha fez as honras no início com dois golaços, o último, como de costume, passando por toda a zaga e entrando com bola e tudo. Quando, de repente, começou a chover torrencialmente. Campos encharcados são verdadeiros tapetes para os pernas-de-pau, e o placar foi o magro: 2 a 1, com o gol de Zequinha Carmo para os donos da casa.

Já no final de vida, ele voltou a Itabuna, desta vez com o Milionários, time que reunia craques do passado. Como conta Ruy Castro, no seu livro: Estrela Solitária. O camisa sete estava no Príncipe Hotel, quando um grupo tentou derrubá-lo da janela, por conta do seu romance com Elza Soares. Mas este foi salvo pelo cantor Sérgio Reis, que também estava na cidade.
Quando escrevo sobre o Mané, me lembro de Cleomar Brandi. O mais sergipano de todos os baianos era um Garrincha das palavras e também bebia tanto quanto o carioca. Se vivo, completaria na última sexta-feira 67 anos.
Aos dois craques, um do futebol, outro das letras, minha humilde homenagem.

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